A nova classe C brasileira ganhou acesso ao crédito, às compras online e à vida que sempre quis. Mas agora está começando a perder tudo e…

Nos últimos anos, milhões de brasileiros conseguiram dar um passo importante: saíram da base da pirâmide econômica e subiram para a chamada nova classe C. Mais acesso ao crédito, maior inclusão digital, oportunidades de consumo que antes pareciam distantes. Mas junto com esse avanço, veio um novo problema: ninguém ensinou essa galera o que fazer com o dinheiro que passou a entrar.
É como se alguém liberasse um carro esportivo para quem acabou de tirar a habilitação. O resultado? Muita velocidade, mas pouco controle.
Quem é a nova classe C, afinal?
Segundo dados do IBGE e da FGV, a classe C brasileira hoje representa cerca de 50% da população e compreende famílias com renda mensal entre R$ 2.900 e R$ 7.200.
É um grupo heterogêneo, mas com uma característica em comum: vive um momento de transição. Ganhou acesso a coisas que antes eram inacessíveis, mas ainda não tem estabilidade suficiente para garantir que essa conquista seja duradoura.
O que mudou: crédito fácil, internet rápida e consumo acelerado
Com bancos digitais, cartões de crédito sem anuidade e o marketing cada vez mais emocional, ficou fácil gastar. Muito fácil. Hoje, pessoas da classe C financiam smartphones de R$ 4.000 em 12x, pedem delivery com frequência, assinam três ou quatro streamings ao mesmo tempo… e mal conseguem guardar R$ 50 no mês.
A ideia de “eu mereço” virou um mantra silencioso que alimenta o consumo — mesmo que o boleto não caiba mais no bolso.
Para onde está indo o dinheiro?
- Eletrodomésticos e eletrônicos: é onde muita gente investe primeiro. Um símbolo de que “a vida melhorou”.
- Delivery e fast food: o que era luxo virou rotina. Mas com preço salgado e frequência alta, consome boa parte da renda.
- Assinaturas digitais: streamings, apps, plataformas de cursos — pagos e muitas vezes esquecidos.
- Crédito rotativo e parcelamentos: o famoso “cabe no bolso”, que vira bola de neve.
Resultado? A inadimplência entre a classe C cresceu quase 20% nos últimos dois anos, segundo dados do Serasa.

A armadilha silenciosa da ascensão
O maior problema não é gastar — é não saber até onde dá para ir. Sem reserva de emergência, qualquer imprevisto vira um terremoto financeiro.
Basta um problema de saúde, a perda do emprego ou uma despesa inesperada para colocar tudo a perder.
Muitos que subiram de classe estão hoje voltando para a informalidade ou caindo no endividamento crônico.
Existe saída — mas exige mudança de mentalidade
- Aprender a dizer “não” pro agora para dizer “sim” pro futuro
- Usar o crédito com estratégia, não como extensão da renda
- Priorizar uma reserva antes de parcelar a próxima compra
- Buscar fontes de conhecimento sobre finanças pessoais (Nosso blog é uma delas!)
Conclusão
A ascensão da classe C representa uma vitória importante para o Brasil. Mas não basta subir — é preciso se manter. E isso só acontece com educação financeira, planejamento e escolhas conscientes.
Ganhar dinheiro é uma conquista. Saber o que fazer com ele é o que transforma essa conquista em liberdade.
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